Recolho os restos dos amores,
Desilusões e corações partidos,
E transformo em verso, tudo...
Não é fuga, lamúria tampouco.
É uma partilha de sentimento,
E uma busca por alento,
Uma brisa acalentadora
Soprada dos lábios distantes,
De quem meus versos aprecia.
Não que eu suplique carinho,
Apenas inclino a cabeça,
Na direção das mãos que afagam.
Deito minhas palavras no chão,
Aos pés de quem as lê...
Coisa que não se explica,
Apenas sai do coração
E invade a um outro acolhedor.
Artur Macedo